José de Sousa Saramago, foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
Nasceu no distrito de Santarém, na província geográfica do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, vem de uma família de pais e avós agricultores, ficou conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director-adjunto do Diário de Notícias e, foi também, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado, em segundas núpcias, com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.
A sua vida é passada em grande parte em Lisboa, para onde a família se muda em 1924 – era um menino de apenas dois anos de idade. Dificuldades económicas impedem-no de entrar na universidade. Demonstra desde cedo interesse pelos estudos e pela cultura, sendo que esta curiosidade perante o Mundo o acompanhou até à morte. Formou-se numa escola técnica. O seu primeiro emprego foi de serralheiro mecânico. Fascinado pelos livros, visitava, à noite, com grande frequência, a Biblioteca Municipal Central — Palácio Galveias.
Aos 25 anos, publica o primeiro romance Terra do Pecado (1947), no mesmo ano de nascimento da sua filha, Violante, fruto do primeiro casamento com Ilda Reis – com quem se casou em 1944 e com quem permaneceu até 1970. Nessa época, Saramago era funcionário público. Em 1988, casar-se-ia com a jornalista e tradutora espanhola María del Pilar del Río Sánchez, que conheceu em 1986 e ao lado da qual viveu até à morte. Em 1955 e para aumentar os rendimentos, começou a fazer traduções de Hegel, Tolstoi e Baudelaire, entre outros.[2]
José de Souza Saramago o gênio de uma geração e inventor de estilos. Porque não dizer; o mago, o Saramago da literatura. Que não se deleitou com Ensaio sobre a Cegueira? Lindo livro e contundente como seu autor. Pessimista é claro, realista, metafórico. Um exemplo para humanidade, porque, sua preocupação com a humanidade vai fundo, e essa, é sua marca registrada. Esse é Saramago.
Suas obras sempre ressaltando o homem simples e o pensamento sobre estar no mundo. Indignado com a situação do homem na sociedade e com a injustiça. Saramago um profeta dos novos tempos, rebelde e aniquílador do capitalismo global. Visionário irremediável, sempre em busca da justiça social. Membro do partido comunista Português, em que foi Diretor Adjunto e fundador da Frente Nacional Para a Defesa da Cultura (FNDC).
A ótica com que Saramago vía o mundo, na verdade transformava a sua escrita em fundamentações filosóficas, capazes de gerar grandes reflexões, as reflexões Saramagoianas, entre elas:“Acho que na sociedade atual falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objetivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objetivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que sem idéias não vamos à parte alguma”.
Dizem os estudiosos que desde Kafka, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa, ainda não tinham lido ninguém com originalidade e capacidade de prosa. E Saramago é; consciência e maestria em seus romances, na ficção e poesia. Sua letra rítmica dança entre os parágrafos que quase nem existem, assim como as vírgulas e pontos. Literatura água corrente feito rio, fluindo em imagens e signos universais.
Saramgo foi-se, ateu, cético, pessimista e comunista. Mas foi convicto de que era isso mesmo. Tinha tanta convicção, até mais, que muitos religiosos que conhecemos. Até mesmo, de muitos ateus que conhecemos aqueles que na hora H recorrem a Deus.
Parafraseando Guimarães Rosa; Saramago não se foi, apenas ficou Encantado...
Da magnífica obra de Saramago, cabe ressaltar o livro: O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) - onde ele reescreve o livro sagrado sob a óptica de um Cristo que não é Deus e se revolta contra o seu destino e onde, a fundo, questiona o lugar de Deus, do cristianismo, do sofrimento e da morte.
Entre 1995 e 2005, Saramago publicou mais seis romances, dando início a uma nova fase de suas obras, nela os enredos não se desenrolam mais em locais ou épocas determinados e personagens dos anais da história se ausentam: Ensaio Sobre a Cegueira (1995); Todos os Nomes (1997); A Caverna (2001); O Homem Duplicado (2002); Ensaio Sobre a Lucidez (2004); e As Intermitências da Morte (2005). Nessa fase, Saramago penetrou de maneira mais investigadora os caminhos da sociedade contemporânea, questionando a sociedade capitalista e o papel da existência humana condenada à morte.
Saramago faleceu no dia 18 de Junho de 2010, aos 87 anos de idade, na sua casa em Lanzarote onde residia com a mulher Pilar del Rio, vítima de leucemia crónica. O escritor estava doente havia algum tempo e o seu estado de saúde agravou-se na sua última semana de vida.
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